Quando partir leva como um presente,
essa palavra mais torta,
minha natureza mais morta,
e essa pausa antes da ultima frase não dita.
Leva o meu manual de poemas,
e a minha lista de temas,
faz o que quiseres com ela.
Leva uma cor do meu dia,
comida da geladeira,
O que for preciso para não te sentires sozinha,
migalhas juntadas da nossa cozinha,
digitais no teu corpo suado,
meu sorriso estampado num quadro.
Leva, por fim, em tua boca, o meu gosto mais forte
o sabor o meu melhor corte,
do pedaço mais agridoce de mim.
Tetragramatron
-
Fogo cruzado por todos os lados. Numa guerra onde a munição é a soma das
palavras escritas nesse pincel que precede o amor guardado que nos antecede:
Ri...
Há um ano
3 comentários:
Querido poeta, dê-me licença para resenhar seus escritos................... ok?!.
Mas sim........! De todos os poemas postados em seu blog, li e reli, absolutamente, repetidas vezes, todos, para encontrar um estilo, uma forma, do qual utilizasse. Justo encontrei uma maneira peculiar, diferente, nova, artística, criativa de expressar, e poesia é isso, é uma forma peculiar de dizer, senão, seria clichê.
Queria falar de “LEVA”, Hah! Se tiveres uma mais perfeita que leva, por favor, dê-me.
“Leva” é sua obra – prima!.
E já que me deu licença, vou resenhá-la!.
Leva é um poema breve, de forma livre, ressoa perfeitamente com a nossa sensibilidade moderna e nos traz insights fulgurantes sobre a vida, a partida de alguém especial, dor e solidão, expressos em poucas linhas, de forma brilhante e extremamente original.
O verso, “leva meu manual de poemas”, a amada não sabe que partindo leva consigo toda a inspiração do poeta. Que coisa mais linda! Como és original!. O que será do poeta sem seu manual de poesia?. Se seu manual de poesia é a própria musa, que o inspira, ela não sabe que partindo parte-se o poeta?. Trata-se de uma metáfora. Originalíssima. Criativa. Poética. Surpreendente. Observe também o verso, “Leva... essa palavra mais torta”. E, não é a angústia experimentada pelo poeta da luta com a palavra. O poeta é um lutador, isto é, o ferrageiro de Carmona que procura forjar a palavra, para achar a palavra reta, aquela, a metáfora iluminadora, assim, presenteá-la à amada. Nos versos, “Leva a cor do meu dia” linda celebração da melancolia pela partida da amada. Mas, o que ela não sabe é que nela estão as marcas dos mais loucos abraços, como se vê nos versos: “digitais no teu corpo suado”, do amor mais delirante, “Leva, por fim, em tua boca, o meu gosto mais forte”. Da história construída pelos dois, “migalhas juntadas da nossa cozinha”. Leva é Linda, Linda, Linda...............
Em resumo, “Leva” tem rima. Tem ritmo: é uma valsa. É romântica. É delicada. Expressa o amor.
Janneyde Vasconcelos Nascimento
;) Janneyde, querida, como já te disse, gostei mais da sua resenha do que do meu poema, lisonjeado com suas palavras, emocionado com a sua sensibilidade, obrigado !
Genial! A uma Cor, num dia com muito mais de 1000 Cores, reserva-se a Migalha!
Renata.
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