Tem aquela poesia que fiz e que jaz na gaveta, ao lado da cama. A letra que a escreveu foi a minha, tenho na memória ainda uma hipótese cênica do meu corpo sobre a mesa, do punho, da caneta em riste, mas a mensagem me espanta, não me reconheço nela...
Afirmo que a fiz, palavra por palavra, mas, no fundo, não me convenço. Lendo assim, repetidas vezes, tenho a vaga sensação que, ao contrário, foi ela quem me fez. É estranho!
Voltei ao mesmo tema, sorrio absorto desse desastre: sempre volto aos meus temas. Mais uma vez descreio: Em verdade a verdade sussurra aos meus ouvidos que são os meus temas que voltam a mim, não me abandonam, eles vêm sempre ao me encontro me redimir ou me condenar; velhos companheiros, eternos algozes, afáveis amigos, guerreiros ferozes...
Por GoisJr em janeiro de 2009.
Esvasiamar
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Esvaziar
Descer até o fundo
Não saber quando dá pé
Tocar o chão pra impulsionar
Sem precisar tocar
No processo, na subida
Não precisa encher o peito ...
Há 2 semanas


Um comentário:
Viver o desejo, existe algo mais difícil que isso? E essa poesia dá vontade de fazer exatamente isso: esquecer a censura e viver de maneira simples e boa, sem medos, sem dúvidas...
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